De acordo com Vigotsky, “o indivíduo é produto das suas
relações sociais”.
Sendo assim, o meio social e cultural são essenciais para o desenvolvimento humano e a sua construção enquanto sujeito,
cidadão. E a educação é a mediação que estimula o crescimento e o seu
desenvolvimento.
E nesse “processo inclusivo”, nós professores, adultos, precisamos
hoje, talvez mais do que nunca, olhar o mundo, a vida, as nossas crianças portadoras
de necessidades especiais, com um olhar de criança, o olhar que não difere, que
não rotula, que não discrimina.
E é isso, que constatamos diariamente, quando vemos os
nossos alunos convivendo, socializando, interagindo, respeitando a coleguinha
com necessidades especiais em nossa escola, tratando-a de forma “igual”.
É impressionante o amor, o zelo e o cuidado que os alunos têm pela “nossa Kelly”.
A aprendizagem é um processo repetitivo, diário, e mesmo a
Kelly tendo suas limitações, como outro qualquer indivíduo, pode aprender “SIM”,
e com grande valor qualitativo.
Porque ensinar e aprender estão baseados, vinculados na
confiabilidade e afetividade.
É fácil lidar com os chamados “iguais”, mas o aprendizado
com os “diferentes” nos faz pensar sobre nós mesmos. Quem somos? O que estamos
fazendo aqui? O que é o amor ao próximo?
É necessário mudar a direção do nosso olhar.
E esse “processo inclusivo”, que no início parecia difícil,
assustador, desafiador, hoje, nos faz perceber o quanto é importante a permanência
dessas crianças com necessidades especiais no convívio com outras crianças, com
outros contextos, com outras histórias em uma classe comum.
Vimos também que não é necessário ser “especialista” na área,
para trabalhar com a inclusão, pois a ferramenta primordial e mais valiosa é o
amor, o carinho, a dedicação, além, das experiências diárias, o convívio com o
outro.
Pois o “ser humano aprende melhor com outro ser humano”.
E nós somos eternamente aprendizes enquanto inventores de
nós e do mundo.
Não há aprendizagem sem afetividade. O caminho da aprendizagem é o coração. |
O processo ensino/aprendizagem não exclui o prazer e o lazer na escola.
A educação tem a magia de igualar os seres humanos.
E isso ficou bem claro nessa trajetória, quando a escola abraçou a inclusão, e ela passou a ser vista como algo que veio para somar. Havendo ganhos para todos.
Percebemos o crescimento, o avanço da "Kelly" como pessoa, como cidadã. E hoje podemos afirmar que a educação realmente é para todos.
Incluir é difícil, mas não impossível!